O mercado imobiliário brasileiro vem apresentando um desempenho surpreendente nos últimos anos, mesmo diante de desafios econômicos, políticos e sanitários. Em 2022, o setor registrou um crescimento de 18% nas vendas de imóveis no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período de 2021, segundo dados da Abrainc (associação das incorporadoras) 1. Além disso, o segmento de médio e alto padrão se destacou com um aumento de 81% nas vendas, representando quase 30% do total de unidades comercializadas no país 1.
Mas quais são as expectativas para o segundo semestre de 2023? Quais são as tendências que vão nortear o mercado imobiliário nos próximos meses? Neste artigo, vamos apresentar algumas projeções e análises feitas por especialistas e entidades do setor, com base em dados e indicadores recentes. Acompanhe!
A retomada da economia e da confiança dos consumidores
Uma das principais tendências para o mercado imobiliário no segundo semestre de 2023 é a retomada da economia e da confiança dos consumidores, após um período de incertezas e instabilidades causadas pela pandemia da Covid-19 e pela crise política. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 1,2% no primeiro trimestre de 2023, em relação ao último trimestre de 2022, superando as expectativas do mercado 2. Além disso, a inflação, que chegou a bater 10% em 2022, deve recuar para 6,5% em 2023, segundo projeções do Banco Central 2.
Esses fatores contribuem para aumentar a confiança dos consumidores, que se sentem mais seguros e motivados para investir em imóveis, seja para moradia ou para renda. Segundo uma pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica, em parceria com a Abrainc, 62% dos empresários do setor acreditam que o mercado imobiliário em 2023 estará um pouco ou muito melhor do que em 2022 3. Além disso, 57% dos consumidores pretendem comprar um imóvel nos próximos 24 meses 3.
A continuidade do crédito imobiliário facilitado
Outra tendência que deve se manter no segundo semestre de 2023 é a continuidade do crédito imobiliário facilitado, que foi um dos principais impulsionadores das vendas de imóveis nos últimos anos. Com a taxa básica de juros (Selic) em patamares baixos, atualmente em 6,25% ao ano , os bancos oferecem condições atrativas para os compradores de imóveis, como juros menores, prazos maiores e financiamento de até 90% do valor do imóvel .
Além disso, o governo federal anunciou a prorrogação do programa Casa Verde e Amarela até dezembro de 2023 , que oferece subsídios e taxas diferenciadas para famílias de baixa renda adquirirem a casa própria. O programa também voltou a se chamar Minha Casa Minha Vida, após uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva .
Essas medidas favorecem a demanda por imóveis, especialmente os populares e os de médio padrão, que representam a maior parte do mercado. Segundo a Abrainc, os imóveis enquadrados no Casa Verde e Amarela foram responsáveis por 70% das vendas no primeiro semestre de 2022 1.
A valorização dos imóveis com mais espaço e conforto
Uma tendência que surgiu com a pandemia da Covid-19 e que deve se consolidar no segundo semestre de 2023 é a valorização dos imóveis com mais espaço e conforto, que atendam às novas necessidades dos consumidores. Com o aumento do home office, do ensino à distância e do isolamento social, as pessoas passaram a buscar imóveis que ofereçam mais qualidade de vida, segurança e bem-estar, como casas, apartamentos maiores, coberturas e imóveis com varanda, área de lazer e escritório .
Essa mudança de comportamento explica o crescimento do segmento de médio e alto padrão, que se beneficiou da maior procura por imóveis de luxo e sofisticados. Segundo a Abrainc, os imóveis de médio e alto padrão tiveram um aumento de 81% nas vendas no primeiro semestre de 2022, em relação ao mesmo período de 2021 1. Além disso, os imóveis com mais de 100 m² representaram 23% das vendas no mesmo período 1.
A inovação tecnológica e a sustentabilidade como diferenciais
Por fim, uma tendência que deve ganhar força no segundo semestre de 2023 é a inovação tecnológica e a sustentabilidade como diferenciais para o mercado imobiliário. Com o avanço da digitalização e da conscientização ambiental, os consumidores estão cada vez mais exigentes e seletivos na hora de escolher um imóvel. Eles buscam soluções que facilitem o seu dia a dia, que reduzam os custos operacionais e que preservem os recursos naturais .
Nesse sentido, os empreendimentos que investem em tecnologias como automação residencial, internet das coisas, inteligência artificial, realidade virtual e segurança eletrônica têm mais chances de se destacar no mercado . Da mesma forma, os projetos que adotam práticas sustentáveis como captação de água da chuva, energia solar, iluminação natural, ventilação cruzada e materiais recicláveis têm mais valor agregado e apelo junto aos consumidores .
Conclusão
O mercado imobiliário brasileiro vive um momento favorável e promissor, com perspectivas positivas para o segundo semestre de 2023. As tendências apontam para uma retomada da economia e da confiança dos consumidores, uma continuidade do crédito imobiliário facilitado, uma valorização dos imóveis com mais espaço e conforto e uma inovação tecnológica e sustentabilidade como diferenciais. Esses fatores devem impulsionar as vendas de imóveis nos próximos meses, consolidando o setor como um dos mais importantes para o desenvolvimento do país.
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