O IGP-M, ou Índice Geral de Preços do Mercado, é um indicador de inflação calculado pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Ele mede a variação dos preços de diversos produtos e serviços no Brasil, desde matérias-primas até bens finais.
O IGP-M é popularmente conhecido como a “inflação do aluguel”, já que os contratos imobiliários normalmente são ajustados de acordo com a sua variação anual. Além disso, ele também é usado como referência para reajustes de tarifas públicas, como energia elétrica e água, e de contratos de concessão.
Mas como o IGP-M é calculado? Quais são os seus componentes e pesos? E qual foi o seu comportamento nos últimos meses? Neste artigo, vamos responder essas e outras perguntas sobre esse importante índice econômico.
Como o IGP-M é calculado?
O IGP-M é calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV IBRE) desde 1940. Ele é divulgado mensalmente, geralmente na última semana do mês de referência. O período de coleta dos preços vai do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês atual.
O IGP-M é composto por três índices parciais, cada um com um peso diferente:
- IPA-M (Índice de Preços por Atacado do Mercado): representa 60% do IGP-M e mede a variação dos preços no atacado. Dentro do IPA-M, há três grupos: bens finais (35%), bens intermediários (15%) e matérias-primas brutas (50%).
- IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor do Mercado): representa 30% do IGP-M e mede a variação dos preços no varejo. Dentro do IPC-M, há oito grupos: alimentação (25%), habitação (15%), vestuário (6%), saúde e cuidados pessoais (12%), educação, leitura e recreação (11%), transportes (16%), despesas diversas (4%) e comunicação (11%).
- INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção do Mercado): representa 10% do IGP-M e mede a variação dos custos da construção civil. Dentro do INCC-M, há dois grupos: materiais, equipamentos e serviços (56%) e mão de obra (44%).
Para calcular o IGP-M, basta somar os três índices parciais multiplicados pelos seus respectivos pesos. Por exemplo, se em um determinado mês o IPA-M foi de 1%, o IPC-M foi de 0,5% e o INCC-M foi de 0,2%, o IGP-M será:
IGP-M = 0,6 x 1% + 0,3 x 0,5% + 0,1 x 0,2%
IGP-M = 0,6% + 0,15% + 0,02%
IGP-M = 0,77%
Qual foi o comportamento do IGP-M nos últimos meses?
O IGP-M vem apresentando uma forte alta nos últimos meses, impulsionado principalmente pelo aumento dos preços das matérias-primas brutas no atacado. Esse grupo foi afetado pela valorização das commodities no mercado internacional e pela desvalorização do real frente ao dólar.
Segundo os dados da FGV, o IGP-M acumulou uma taxa de -4,46% no primeiro semestre de 2023 e de -6,86% nos últimos 12 meses. Em junho de 2023, o índice registrou uma queda de 1,93%, a maior desde janeiro de 2022 (-2%).
A tabela abaixo mostra a evolução mensal e acumulada do IGP-M em 2023:
Mês de referência | Evolução Mensal | Acumulado em 12 meses |
---|---|---|
jun/23 | -1,93% | -6,86% |
mai/23 | -1,84% | -4,47% |
abr/23 | -0,95% | -2,17% |
mar/23 | 0,05% | 0,17% |
fev/23 | -0,06% | 1,86% |
jan/23 | 0,21% | 3,79% |
Fonte: FGV
Como podemos observar, o IGP-M vem desacelerando desde o início do ano, refletindo a queda dos preços das commodities e a recuperação do real. No entanto, o índice ainda permanece em um patamar elevado em relação aos anos anteriores.
Por que o IGP-M é importante para a economia brasileira?
O IGP-M é importante para a economia brasileira porque ele reflete as variações de preços de diversos setores da atividade econômica. Além disso, ele tem um impacto direto no bolso dos consumidores e dos empresários, já que é usado como base para reajustes de contratos.
O IGP-M é o índice mais usado para corrigir os aluguéis residenciais e comerciais no Brasil. Isso significa que, quando o IGP-M sobe muito, os inquilinos podem ter que pagar mais pelo aluguel. Por outro lado, quando o IGP-M cai muito, os proprietários podem ter que reduzir o valor do aluguel.
O IGP-M também é usado para reajustar as tarifas públicas de serviços essenciais, como energia elétrica e água. Essas tarifas são reguladas por agências governamentais, que definem os critérios e os períodos de reajuste. Quando o IGP-M aumenta muito, as tarifas tendem a subir também, encarecendo o custo de vida dos consumidores.
O IGP-M ainda é usado para reajustar os contratos de concessão de infraestrutura, como rodovias, ferrovias e portos. Esses contratos são firmados entre o governo e empresas privadas, que se comprometem a investir e operar esses serviços por um determinado período. Quando o IGP-M sobe muito, as empresas podem cobrar mais pelos pedágios e tarifas. Por outro lado, quando o IGP-M cai muito, as empresas podem ter que reduzir esses valores.
Portanto, o IGP-M é um índice que afeta tanto a oferta quanto a demanda na economia brasileira. Ele influencia os custos de produção e os preços de venda dos bens e serviços. Ele também interfere na renda disponível e no poder de compra dos consumidores. Por isso, é importante acompanhar a sua evolução e entender os seus determinantes.
Conclusão
Neste artigo, você aprendeu o que é o IGP-M e por que ele é importante para a economia brasileira. Você viu como ele é calculado, quais são os seus componentes e pesos, e qual foi o seu comportamento nos últimos meses.
Você também viu que o IGP-M é usado como referência para reajustes de aluguéis, tarifas públicas e contratos de concessão. Você entendeu que ele tem um impacto direto no bolso dos consumidores e dos empresários, além de refletir as variações de preços de diversos setores da atividade econômica.
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